Programas de exercícios físicos proporcionam muitos benefícios, independente da idades e nível de condicionamento físico dos praticantes. O sistemas cardiovascular, a estrutura musculoesquelética e os demais sistemas do organismo são contemplados com as melhoras promovidas pelo treinamento físico. Os efeitos do exercício no sistema nervoso central vem sendo amplamente estudados pelos pesquisadores da área da neurologia. Pesquisas vem demonstrando um importante papel dos programas de treinamento físico na melhora do humor, da memória, da capacidade de aprendizado e principalmente no tratamento adjunto e na prevenção de doenças neurológicas, tais como Alzheimer, esquizofrenia e transtornos depressivos.
O organismo produz, entre tantas outras, uma proteína chamada fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF; brain-derived neurotrophic factor) que exerce papéis importantes no sistema nervoso central. Produzido no cérebro, na retina, no sistema nervoso central, em neurônios motores, nos rins e na próstata, o BDNF é um fator de crescimento crucial para sobrevivência e resistência cerebral na injúria, vascularização cerebral, neurogênese, aprendizado e funções cognitivas. Neste sentido, áreas do sistema nervoso central como o hipotálamo, o hipocampo e a amígdala, formando o sistema límbico, têm seu desenvolvimento estimulado em situações de altas concentrações de BDNF.
Recentes estudos demonstraram que indivíduos fisicamente ativos e atletas altamente treinados possuem concentrações elevadas deste fator neurotrófico, elucidando de maneira mais aprofundada os benefícios dos programas de treinamento físico. Segundo pesquisadores especializados nesta área, exercícios aeróbicos de intensidade moderada a intensa são os mais eficientes em elevar as concentrações sanguíneas desta proteína. Dados relacionados a treinamentos de força ainda são inconclusivos, com pesquisas apresentando um aumento da concentração de BDNF e outras não apresentando diferença em indivíduos que treinam apenas musculação.
Estas informações são de suma importância para o desenvolvimento de programas de exercícios físicos que contemplam pacientes com doenças neurológicas ou com transtornos depressivos, uma vez que o aumento da produção desta proteína contribui para a regeneração e crescimento neuronal, e assim prevenindo, atenuando e/ou melhorando o prognóstico e o tratamento destes pacientes. Além disto, estes são apenas alguns dos tantos outros benefícios oferecidos a quem se engaja em programas de treinamento físico. Bem estar físico e mental. Basta começar a treinar. Bons treinos!
Me. Bruno R. Berger
ExerScience Assessoria e Consultoria Esportiva
Graduado em Educação Física - Bacharelado
Mestre em Fisiologia Humana (UFRGS)
CREF 014010-G/RS
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