terça-feira, 14 de agosto de 2012

Importância do exercício físico no tratamento adjunto de doenças, distúrbios e deficiências neuromusculares.


Os programas de exercício físico como tratamento adjunto de doenças são de fundamental importância e contribuem muito para a melhora do quadro geral do paciente. Neste sentido, não são raros os casos de indivíduos acometidos por doenças, deficiências e distúrbios neuromusculares que são submetidos a programas de reabilitação física. O acidente vascular cerebral (AVC), a esclerose múltipla (EM) e a doença de Parkinson (DP) são alguns casos em que o paciente pode ter seu quadro atenuado com a inserção do exercício físico no seu tratamento.
O AVC é um evento que está relacionado com a redução potencialmente fatal do fluxo sanguíneo cerebral (AVC isquêmico) ou com o rompimento de vasos sanguíneos cerebrais, causando uma hemorragia (AVC hemorrágico). As características clínicas do AVC dependem da localização e da severidade da lesão, entretanto, estão relacionadas com danos físicos (hemiplegia - paralisia de um lado do corpo; ou hemiparesia - paralisia parcial de um lado do corpo) e cognitivos. A EM representa uma doença crônica, caracterizada pela destruição da bainha de mielina que envolve as fibras do sistema nervoso central. Nesta patologia algumas características clínicas são: fadiga elevada, ataxia (movimentos involuntários dos membros inferiores e superiores), disfasia (problemas na fala), dentre outros. A doença de Parkinson faz parte de um grupo de condições chamadas distúrbios do sistema motor. Alguns sintomas clínicos desta doença incluem diversos graus de tremor, redução na espontaneidade e movimentação, rigidez e danos aos reflexos posturais.
Programas de exercício físico para pacientes acometidos por um AVC devem contemplar, nos primeiros 6 meses de recuperação, exercícios de reabilitação de movimentos, os quais incluem exercícios assistidos de flexibilidade ativos e passivos. Apesar da escassez de estudos relacionados a este tema, pesquisas apontam que o exercício físico contribui para a independência motora e funcional, bem como previne ou reduz demais doenças e distúrbios funcionais.
Programas de exercícios físicos que contemplem atividades aeróbicas, força, coordenação e flexibilidade são extremamente importantes no tratamento adjunto da EM. Entretanto, alguns aspectos devem ser rigorosamente controlados. Pacientes com EM possuem um tolerância muito baixa ao calor causado pelas condições ambientais ou pela termogênese induzida pelo exercício. Desta forma são indicados locais de temperatura controlada, que possibilitem a manutenção da temperatura corporal e locais para descanso frequente. Estes pacientes possuem capacidade de melhora cardiovascular preservada, o que torna possível e indicada a prescrição de exercícios aeróbicos em ciclo ergômetro, caminhadas, exercícios na água (piscina). Segundo alguns estudos, são indicadas 3 sessões de exercícios por semana, com duração mínima de 30 minutos, divididos em 3 períodos de 10 minutos.
Pacientes com DP podem ser beneficiados com a prescrição de exercícios de movimentos controlados e lentos. Exercícios estáticos de flexibilidade, treinamento de equilíbrio e caminhada, exercícios de mobilidade e/ou coordenação oferecem importantes benefícios para estes pacientes.
Além de todos os benefícios à capacidade funcional dos indivíduos, acredito que a principal importância dos programas de exercícios físicos direcionados ao tratamento de doenças é o aumento da motivação para continuar lutando. Muita saúde de bons treinos a todos.

Me. Bruno R. Berger
ExerScience Assessoria e Consultoria Esportiva
Graduado em Educação Física - Bacharelado
Mestre em Fisiologia Humana (UFRGS)
CREF 014010-G/RS

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