quinta-feira, 21 de junho de 2012

Pressão arterial e exercício físico

Indivíduos com pressão arterial elevada encontram em um programa de exercício físico bem prescrito um importante aliado no tratamento da hipertensão. Entretanto, é necessário ter conhecimento dos efeitos das diferentes modalidades e intensidades de treinamento para que o aluno não seja submetido a uma situação de risco.
Exercícios de resistência (p. ex. musculação) podem promover aumento na pressão arterial sistólica e diastólica, principalmente nas fases concêntricas (fase da contração muscular na qual o comprimento do músculo é diminuído) e isométricas (contração muscular sem movimento articular), nas quais ocorre compressão da vasculatura e consequentemente aumento da resistência periférica total. Importantes estudos mostram que conforme aumenta a carga utilizada no exercício, maiores são os aumentos da pressão arterial.
Por outro lado, exercícios cíclicos (p. ex. pedalar, caminhar, correr) praticados em intensidades baixas e moderadas promovem redução da resistência periférica total e aumento do fluxo sanguíneo através de grandes porções da vasculatura periférica. A contração e o relaxamento muscular alternados destes exercícios contribuem muito para este quadro. Ainda assim, é importante ressaltar que a medida que a intensidade do exercício aumenta, também ocorre aumento da pressão arterial sistólica. A pressão arterial diastólica pode permanecer inalterada ou até mesmo diminuir com o aumento da intensidade.
Exercícios realizados com a musculatura dos membros superiores podem produzir aumentos mais pronunciados na pressão arterial. Este quadro ocorre devido a menor massa muscular e vasculatura ativadas quando comparadas com os membros inferiores.
Após a prática de exercício físico, pode ocorrer uma redução da pressão arterial abaixo dos valores pré-exercício, em indivíduos saudáveis e em indivíduos hipertensos. Esta hipotensão em resposta ao exercício pode durar até 12 horas e permanece ainda sem uma explicação definitiva. Uma explicação para esta situação é que uma importante quantidade de sangue permanece nos órgãos viscerais e/ou musculatura esquelética durante a recuperação. O retorno venoso reduz o volume sanguíneo central e consequentemente contribui para a diminuição do enchimento atrial e concomitantemente a pressão arterial sistêmica. 
O exercício físico pode ser muito importante no tratamento da hipertensão e de outras patologias cardiovasculares, porém é necessário um programa de treinamento planejado adequadamente. Bons treinos.

Me. Bruno R. Berger
ExerScience Assessoria e Consultoria Esportiva
Graduado em Educação Física - Bacharelado
Mestre em Fisiologia Humana (UFRGS)
CREF 014010-G/RS

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