terça-feira, 23 de abril de 2013

A importância do exercício físico no acompanhamento da esclerose múltipla.

A esclerose múltipla (EM) é uma doença inflamatória autoimune que se desenvolve no sistema nervoso central, causando desmielinização axonal, ou seja, a perda da bainha de mielina que envolve os axônios. A bainha de mielina é um isolante lipídico que contribui para o aumento da velocidade de condução do estímulo elétrico através do axônio (parte do neurônio responsável pela condução do estímulo elétrico).
Alguns fatores de risco podem estar relacionados com o desenvolvimento da doença. A prevalência da EM é duas vezes maior entre as mulheres. Fatores genéticos, descendência familiar européia e baixas concentrações séricas de vitamina D são os principais aspectos relacionados ao desenvolvimento da doença.
A EM apresenta dois cursos bastante distintos, sendo um remitente/recorrente, no qual os sintomas e sinais neurológicos são transitórios, sendo imprevisível o momento e a característica do próximo surto. Um segundo curso é de característica progressiva, no qual os sintomas e sinais neurológicos se instalam e se intensificam com o passar do tempo. Este segundo curso é mais prevalente em pessoas acima dos 40 anos.
Os principais sintomas desta doença são: perda de sensibilidade tátil, parestesia, fadiga muscular, dificuldades locomotoras, perda de equilíbrio, dentre outros.

A inserção de indivíduos com EM em programas de exercício físico pode ser de extrema importância, uma vez que os sintomas da doença estão relacionados com a piora da capacidade física e consequentemente da queda na qualidade de vida dos pacientes. Entretanto, por muito tempo o exercício físico foi considerado contraindicado para pessoas com EM, muito em razão dos riscos de expor estas pessoas a um desgaste físico acentuado e/ou promover aumento da temperatura corporal.
Atualmente, o treinamento físico é visto como um importante componente no acompanhamento da doença. Em virtude do descondicionamento físico, osteoporose e possíveis quedas, diversas sociedades nacionais de esclerose múltipla recomendam a prescrição de exercício físico para portadores de EM. Estes programas devem contemplar treinamentos de força muscular, treinamento aeróbico e exercícios em plataformas vibratórias, objetivando a melhora da capacidade cardiovascular, força, equilíbrio e diminuição da fadiga e depressão.

Talvez o mais importante seja a capacidade do exercício físico proporcionar uma melhora da qualidade de vida dos indivíduos através do aumento da capacidade funcional. Proporcionar aos portadores de EM condição física suficiente para que estes realizem suas atividades da vida diária com o máximo de naturalidade é algo de suma importância. Algo que promove uma vida mais feliz para pessoas com uma doença atualmente sem cura.

Me. Bruno R. Berger
ExerScience Assessoria e Consultoria Esportiva
Graduado em Educação Física - Bacharelado
Mestre em Fisiologia Humana (UFRGS)
CREF 014010-G/RS



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